O Corvo é um poema do escritor e poeta norte-americano Edgar Allan Poe. Ele foi publicado pela primeira vez em 29 de Janeiro de 1845, no New York Evening Mirror. É um poema notável por sua musicalidade, língua estilizada e atmosfera sobrenatural provenientes tanto da métrica exata, permeada de rimas internas e jogos fonéticos, quanto do talento singular de Poe, um dos maiores expoentes tanto do romantismo quanto da própria literatura americana.
Neste poema, que apresenta uma temática típica do romantismo (ou, mais especificamente, do Ultrarromantismo), a figura do misterioso corvo que pousa sobre o busto de Pallas (ou Atena, na maioria das traduções feitas para o português como a de Fernando Pessoa) representa a inexorabilidade da morte e seu impacto sobre o personagem, o qual, no seu papel de arquétipo correspondente às tendências da geração literária de Poe, lamenta e sofre profundamente com a perda de sua amada Leonora (Lenore, no original). No final do poema, o corvo, que representa, como dito acima, a inexorabilidade da morte, repousa sobre o busto de Pallas simbolizando o pesar eterno que se abateu sobre a alma do protagonista.
O poema teve várias traduções, sendo as duas primeiras para o francês, feitas por, respectivamente, Charles Baudelaire e Mallarmé. Também foi vertido para o português, sendo as versões mais conhecidas a de Machado de Assis e Fernando Pessoa. O maior problema encontrado na tradução de O Corvo é preservar os intrincados mecanismos métricos e fonéticos que conferem ao poema sua tão reconhecida musicalidade que, combinada com o ar soturno do próprio poema (aspecto inerente ao próprio zeitgeist, em termos literários), fizeram esta obra famosa mesmo entre os que não conhecem Poe ou a corrente a qual o autor pertenceu.
Esta edição reúne o seu poema mais famoso, “O corvo”, em sua versão original, junto com as clássicas traduções de Machado de Assis e Fernando Pessoa, e uma análise de Poe feita por Charles Baudelaire, seu tradutor e um dos principais divulgadores de sua obra na Europa, acompanhadas das ilustrações de Édouard Manet.
Anônimo
sábado, 2 de maio de 2015